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Com a democratização da televisão, a tecnologia na infância veio a calhar para muitos pais. Foi a saída para que os pais pudessem “respirar” e passou a substituir muitas atividades, brincadeiras e convivência.

Aí chegou a pandemia, como cuidar do meu filho estando 24h por dia em casa, tendo que trabalhar e fazer afazeres de casa? A Televisão, tablet, celular foram a saída mais fácil para preencher o dia.

Mas, não é difícil ver pais que não tem paciência em lidar com o dinamismo de uma criança, usa o celular para distrair em qualquer situação e isso deve ser questionado. É só parar para pensar: os pais sempre se viraram antes sem a tecnologia nas mãos, então é possível sim uma vida mais “offline”

Você já parou para pensar nos impactos que o uso excessivo da tecnologia na infância pode causar para o seu filho? Depois de ler esse post provavelmente você irá controlar melhor o uso desses objetos.

Propagandas

Pode ser assistindo um programa infantil na TV, ou até mesmo no Youtube – você não está livre dos algoritmos que vão escolher exatamente uma propaganda ideal para passar por ali – a propaganda é o que sustenta as mídias.

Elas são poderosas para uma criança, desde pequenos já passam a ser estimulados ao consumo e entram em modismos. Não é á toa que a boneca LOL passa a ser o sonho de consumo da sua filha e de todas as amiguinhas.

Se você não tem TV a cabo então, há ainda mais propagandas que estimulam esse lado consumista. Por isso, as plataformas de streaming podem ser a melhor opção, em um stream pago só de filmes e séries você ao menos têm o controle sob essa questão.

Ainda que hoje tenha melhorado muito a quantidade e conteúdo das propagandas nos horários determinados ao público infantil e canais infantis, não estamos livres delas.

Deixo como sugestão um documentário dedicado inteiramente a esse assunto chamado “Criança, a alma do negócio” feito pela cineasta Estela Renner, ele tem 49 minutos e está disponível no youtube. Clica aqui para assistir, você vai ter um grande Insight.

O desenvolvimento das crianças com a tecnologia

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Violência

Na infância, a criança funciona por meio da observação e imitação, ou seja, tudo o que ela vê irá reproduzir. Pensando nisso, você já deve ter entendido parte do recado.

Isso quer dizer que, se elas vêem na TV ou no desenho cenas violentas, isso será muito mais fácil de ser reproduzido. Principalmente pela televisão as cenas de violência são comuns, isso acaba trazendo a criança uma normalização da violência, elas começam a conviver com isso de forma que acabem se tornando atitudes comuns, tornando-se mais insensíveis em relação a ela, além de reproduzi-la.

Não só na televisão, mas monitorar o que o seu filho assiste é muito importante. Muitas vezes no próprio desenho animado a recompensa de um personagem se dá pela violência, podemos tomar como exemplo os super heróis, a violência acaba se tornando uma maneira de solucionar problemas nesse conteúdo.

Outra questão é, ver a violência com frequência pode transformar o seu filho em uma criança mais medrosa, o medo de que esses atos violentos aconteçam com elas e um sentimento de superproteção podem vir a tona.

Criatividade

A criatividade é diretamente atingida, isso acontece porque a criança brinca menos, ou seja, aprende menos como funciona os papéis reais da sociedade. Isso porque a brincadeira os faz criar cenários e transformar simples objetos em algo grandioso.

As crianças tem uma dificuldade de discernimento do real com o irreal, podemos ver isso até mesmo quando elas tem uma noite cheia de sonhos e acordam confusas misturando-os com o real. Com a tecnologia não é diferente, acontece uma falsa consciência da realidade, onde a criança passa a confundir o que passa nas mídias com a vida real.

Isso causa uma confusão na criação de valores, normas e conteúdos ideológicos. A criança vive o que está sendo passado ali, e muitas vezes, pode nem condizer com os valores que VOCÊS (pai e mãe) concordam.

Desenvolvimento cerebral

Ao assistir desenhos, televisão ou seja lá o que for, acontece algo chamado foco hipnótico. Isso desestimula completamente a fala, diálogo ou o desenvolvimento de qualquer outra atividade motora.

O neuropediatra Antonio Carlos de Farias, do Hospital Pequeno Príncipe (PR), explica o porquê. “Até os 2 anos, a criança está no período sensorial, no qual estímulos como ouvir, cheirar e tocar fazem os neurônios crescerem e se conectarem. Claro que a tecnologia estimula a visão, mas não incentiva a comunicação não verbal.”(…)diversas pesquisas, como a realizada no ano passado pela Universidade de Toronto (Canadá): quanto maior o tempo de tela, maior a probabilidade de o bebê apresentar atrasos no desenvolvimento da fala – 30 minutos de exposição diária já aumenta o risco em 50%.

Revista Crescer

Muitas vezes a criança está apenas ali, não ouve e nem vê, se encontra mesmo em uma hipnose, um estado de contemplação.

O crescimento cerebral mais intenso acontece aos 2 anos de idade, onde ele triplica. Por isso, nessa idade a atenção com as mídias deve ser redobrada, para não trazer uma dificuldade de funcionamento executivo e de atenção.

Outro ponto importante é o quão rápido as informações são passadas, isso pode causar déficit de atenção. Isso acontece porque a concentração e memória podam os caminhos neurais até o córtex neural, por conta dessa rapidez das informações.

Aspectos físicos

Crianças que assistem muita televisão tem incidência de 30% mais altas de obesidade, mais um ponto negativo da tecnologia na infância. Não preciso explicar muito o por quê né? Se seu filho passa horas ali parado, sem gastar toda a energia e comendo em frente a televisão isso o leva ao caminho da obesidade. E estamos falando de saúde, não de estética.

A diminuição da qualidade do sono e a dificuldade de dormir pode ser afetada também, seu filho ficará muito mais agitado. O ideal é que desligue os aparelhos tecnológicos ao menos 1 hora antes de dormir.

 Uma pesquisa recente do King’s College (Londres), feita com mais de 125 mil crianças e adolescentes entre 6 e 19 anos, mostrou que o uso do celular à noite piora a qualidade do sono, causa obesidade e até depressão. A luz das telas diminui a produção de melatonina, hormônio que faz a gente ter vontade de dormir.

(Revista crescer)

Outro fator é o aumento de miopia, já vivemos muito mais dentro de um apartamento do que ao ar livre ou seja, quando saímos menos para ficar o dia em frente aos eletrônicos não temos exposição a luz natural.

Família

Sim, a tecnologia na infância também afeta questões familiares. Os pais passam a ficar muito menos tempo com seus filhos quando a televisão ou o tablet tomam o lugar deles.

Isso incide em menos tempo de brincadeiras e maior inclusão da tecnologia na infância. Os pais hoje em dia preferem substituir essa presença por diversas atividades para preencher o dia e os meios tecnológicos são uma dessas maneiras.

Mas a tecnologia também pode unir. Busque assistir os programas com seu filho e estimular o diálogo, o que acaba trazendo essa ligação maior entre vocês e o desenvolvendo de questionamentos e entendimento da criança.

Como melhorar a relação da tecnologia na infância?

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  1. Controle o tempo na frente dos eletrônicos;
  2. Seja exemplo, nada adianta proibir o filho a ficar o dia todo na televisão ou celular e você fazer o mesmo, lembre que eles replicam aquilo que vêem.
  3. Troque esse tempo por atividades em conjunto;
  4. Conheça o que os seus filhos assistem;
  5. TV no quarto para que? Você já sabe que isso prejudica o sono do pequeno.
  6. Estimule o acesso a livros e revistas;
  7. Evite refeições junto a TV, isso deve ser um momento para a atividade comer;
  8. Opte por desenhos em streaming;

Saber a hora de guardar os aparelhos celulares, tablet e desligar a TV é muito importante até mesmo para o futuro adulto que seu filho irá se tornar. Só para você saber, em 2017 a UNICEF fez uma pesquisa que mostrou que 1 em cada 3 usuários da internet são crianças, é um pouco assustador não é mesmo?

Isso é assunto de saúde! Cuide de quem ama, eu sei que pode parecer difícil controlar isso, afinal se tornou algo tão comum para nós não é mesmo? Mas é possível, sim!

Se você gostou desse post, pode gostar também do tema “Animais para crianças: conheça os benefícios“, afinal é uma ótima saída para distrair dos eletrônicos.

Fontes: Brasil Escola, Fernanda Lima Pediatra, Revista Crescer e Portal FSLF (artigo: Influência da Televisão no Comportamento infantil, por Thaíza Santos Braz)
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